Século XXI - Uma Odisséia na Terra
A vida ao avesso engendrada por botões e antenas
Não precisa mais de cabos, nem de fio-terra.
A Modernidade é uma sentença - falo da nova Era
Cuja evolução sem revolução te condena
A obesidade mórbida em frente a televisão
Lobotômia reversiva que injeta informação
Utilmente fútil para sua vida inútil
A única alternativa para expandir sua visão é...
Consumir o fungo podre deixado por Adão
Mas eles dizem não.
Proíbem tudo para construir uma nova nação
De zumbis
Magros ou torneados, com dentes clareados a laser
De pele acobreada pelo sol de Ipanema
Ou tostada por óleo de cozinha no piscinão
E dentes podres na fila de espera para uma reconstituição
Quem chega primeiro come o peixe
Quem chega por ultimo raspa o pirão
E o flagelado não tem mais espaço na cidade,
terá de voltar para o sertão
Neo-imperialismo tupiniquim
Bolivianos escravizados por chineses, coreanos e japas espadachins
Valem menos que os cabeças-chatas vindos de Quixeramobim
É o mercado - o tráfico - Saara Carioca - 25 de Março
Neofascismo tupiniquim
Vende a imagem da policia que nunca vi
Para a sociedade demagogicamente perfeita que virá existir
Na Nova Ordem Social Tetraplégica
Marginais lutam pela paz fumando maconha, escutando jazz
Vomitando palavras desagradáveis aos intelectuais
De Merda fizeram tijolos para uma nova fortaleza
Construída por Naia, habitada por ternos e gravatas
Mas o teto só desaba na cabeça de quem não tem nada
Merda cai - Merda suja tudo
Crianças limpam a mão suja de merda no muro
Branco como a mente da geração sem ideologia
Loucos e tolos, drogados pela rotina
Assassina - extermina - criancinhas
Trancando Erê na casa de repouso para idosos
Não há alegria, só a ilusão dos dias
O que diria Zé Pelintra ?
Os dias passam tão rápidos quanto uma Ferrari numa autoban alemã
Sentido Berlim Amsterdã
Peneira, dilui, aperta, enrola ou bola , evapora
Num minuto de paz os vermes "brota" - Explora
Vagabundo desconhece o poder de sua prole
No centro de tudo está a ignorância…
…ENORME…
A arrogância de quem sabe tudo de nada
E nada sabe de tudo que está
Na pista - Tá ligado - Insista
Antes que alguém jogue a própria filha
Brincando de família Nardone
Pela janela que não passa nenhuma brisa
Se esconde…
É primavera - Rio de Janeiro - 24 de dezembro - Véspera de Natal
O cérebro cozinha lentamente a quarenta graus
Tanques de guerra desfilam amebas camufladas pela cidade
Verde de enjôo pela falta de esperança que a TV sempre alcança
Faz-se crer que o poder deve ser daqueles que você tem de temer
Tipo os Homens de preto que constroem o respeito impondo o medo
Executivos, políticos, traficantes, policiais, milicianos,
corretores, padres, pastores, apresentadores de telejornais
Arautos desses dias infernais
Faca entre os dentes - espeta o crânio - sobram correntes
Em pés negros esfolados pelo chão quente
Escorre sangue pelas narinas quando travam os dentes
É sangue nordestino presente
E sangue europeu decadente
Encarnando a cerne transparente
Do homem sem nome que vive descontente
Para ter um objetivo aparente.
E quem está ciente de quê?
Fazer arte pela arte pois a arte é
Ou deixou de ser quando foi
Se vender e exercer o poder de persuadir
Se você não sabe de nada
Sei menos que você sobre o que possa vir
Porque entre o rei do pó e o mecenas da cultura fútil
Obesos engravatados chafurdam como porcos entre ossos
Modais, Globais, Sacais! "Só pra ficar bonito" nas colunas sociais
E quem quer mais…o pó vem na bandeja de prata
A pedra neguinho fuma na lata
Morre e prolifera mais do que barata
Neofascismo Tupiniquim
Morde - assopra - sangra e mata
Só preto ou branco pobre no fio da navalha
No fogo cruzado, inúmeras baixas
Genocídio ou controle demográfico
Policia mata primo que mata sobrinho no morro vizinho
Esquisito? nem um pouco pra quem convive com bandido
É tudo grão da mesma espiga de milho
Farinha do mesmo saco - pó do mesmo morro
O dia passa - Na noite canta boca de lata
No leblon Madame chora porque teve a janela quebrada
Perfurada pelo tiro da bala que de perdida não tem nada
E tão pouco fora achada na cabeça exata.
Uma desgraça! Calamidade!
O rico está conhecendo sua própria cidade
É a democracia da violência invadindo a outra metade
Devorando os obcecados pela aparência
Refletindo em suas caras a falta de decência
Por nunca terem tido tenência de apenas tentar
Mudar porque tudo tem de mudar
Porque a natureza da natureza é mudar
As flores, os insetos, os vagabundos, os marginais
Estão sempre em mutação
Só não muda quem tem dinheiro na mão
Só não muda quem não conhece a podridão
Só não muda quem não conhece a escuridão
A solidão romanticamente idealizada pela beleza
Do sentimento abstrato sentenciado por Platão
Tão turvo ou tão claro - embaçando a vista
Não se enxerga a um palmo além da revista
As magazines sensacionalistas - Glamour
O degradado - Sexo Drogas & Rock n`Roll
Na balada durante dezesseis horas
A base de tudo - Menos Coca-Cola
Sobram sobrenomes - etiquetas - bocetas, cus e pirocas
Promiscuidade ou vanguarda?
Culto a Baco ou putaria desavergonhada
Sexo com alegria, sem segurança ou caretice suburbana
Inconseqüência da elegância ou excesso de arrogância
Carioca provinciana - Alta sociedade paulistana - caipira
Sorria - satanás bate ponto como nós, meros mortais
7h - 13h - 19h quem quer se livrar de seus males
Ninguém da a cara a tapa
É preciso sair da cortina de fumaça
E verbalizar todo sentimento reprimido
Dizendo foda-se ao seu alter-ego assassino
Insisto - reafirmo
A convicção não passa de burrice
Do 8 ao 80 tem sempre alguém censurando os limites
Exprime as figuras que surgem da mente inquieta
Agradeça a deusa da morte de oito braços e duas pernas
A revolução se faz entre os dedos amarelos
Destrua antes que destrua…sem por quê?
Ninguém dirá se está certo ou errado
Espere sem pretensão o julgue do tempo
Como deixo a mente fluir entre meus dedos amarelos
Consumo anarquicamente o que não quero
E o que quero me deleito pecaminosamente.
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